Convém recordar que a candidatura das Fortificações de Elvas terá que preencher certos requisitos requeridos pelo Comité de Património da Unesco, segundo o Dossier apresentado:
Consideram-se que poderão vir a ser satisfeitos os seguintes critérios de classificação:
(i) Representar uma obra-prima do génio criador humano.
As fortificações de Elvas assentam num processo continuado de qualificação da capacidade militar defensiva e na progressiva adaptação a diferentes tipos de guerra, testemunhando os processos de evolução do armamento, da engenharia militar e possuindo excelentes exemplos de sistemas defensivos.
É evidente que a execução dos sistemas fortificados só foi possível com aprofundados estudos de engenharia (civil e militar), de arquitectura, de urbanismo e de arte (geometria, composição, estética). Estes revelam genialidade criativa, adequação perfeita da forma às funções, domínio da ciência e das técnicas, ao serviço da complexa "arte da guerra".
O grau de excelência atingido nas estruturas militares de Elvas levam mesmo a considerar que estas representam uma síntese representativa dos meios de defesa militar, em algumas das suas fases criticas de evolução.
(ii) Testemunhar uma troca de influências considerável durante um dado período ou numa área cultural determinada, sobre o desenvolvimento da arquitectura, ou da tecnologia das artes monumentais, da planificação das cidades ou da criação de paisagens.
As fortificações de Elvas possuem características notáveis de implantação e de ordenamento. É hoje ainda notória a forma como, nos vários tempos histórico-militares, os sistemas fortificados se enquadraram na paisagem e se lhe moldaram, assumindo posições de vantagem sobre o território e expressando um desígnio funcional, na sua forma e no seu ordenamento urbano.
O ordenamento da cidade e a execução da estrutura fortificada confluem numa planificação funcional da cidade, englobando todos os fenómenos de adaptação, reutilização e inovação que conduziram à maximização do uso militar defensivo. Permanecem ainda relevantes testemunhos históricos, que revelam características arquitectónicas notáveis e que contribuem para um maior e mais coerente conjunto urbano.
A síntese, hoje evidente, entre o planeamento e o ordenamento nos vários tempos do sistema fortificado revelam uma génese e uma evolução urbanas que se destacam a nível mundial.
(iv) Oferecer um exemplo excepcional de um tipo de construção ou de conjunto arquitectónico ou tecnológico ou de paisagem ilustrando um ou vários períodos significativos da história humana.
O sistema fortificado de Elvas ilustra um conjunto urbano com carácter tecnológico e com um uso preponderante, que pela implantação na paisagem, pela sua extensão e pela sua autenticidade se consideram exemplares no contexto mundial.
Os sistemas fortificados fronteiriços são sistemas urbanos e paisagísticos complexos, resultado de períodos de relações conturbados entre povos vizinhos. São símbolos que atestam o valor do território, e exprimem a identidade, a capacidade e os valores dos povos.
Garantias de autenticidade e integridade
As fortificações de Elvas, em função de condições económicas e socais, endógenas às cidades do interior de Portugal, perduraram até hoje em razoável estado de conservação e com características próximas das originais.
Julga-se ser possível em função de fontes documentais militares e civis, e da realização de estudos históricos, arqueológicos, urbanos, arquitectónicos, paisagísticos e sociais, reunir todo um conjunto documental que permitirá comprovar a autenticidade e integridade do bem e demonstrar a importância mundial de Elvas como testemunho dos sistemas fortificados ao longo dos tempos.
É imprescindível definir uma estratégia de intervenção, conservação e restauro que potenciem uma gestão participada, equilibrada e sustentada dos bens a classificar. Deverá ser assegurada a fruição e a democratização patrimonial e traduzida a vontade de valorização do património em ferramentas autónomas de planeamento e ordenamento que compatibilizem a defesa do património com o equilibrado desenvolvimento urbano, social e cultural.
A garantia de mecanismos de incentivo à recuperação qualificada de elementos classificados e de elementos edificados de acompanhamento, bem como a promoção de materiais e técnicas construtivas compatíveis é imprescindível como contribuindo para a adequação das intervenções de conservação e restauro e para a inerente continuidade na vivência e uso dos espaços fortificados. Por outro lado deve ainda ser tida particular atenção à correcção de erros e defeitos nas intervenções já executadas, e, se necessário, impondo-se a restituição das características iniciais fundamentais.
As forças activas de Elvas, das quais a autarquia, o exército e a diocese são as mais relevantes, devem promover não só o conhecimento e a divulgação do bem cultural como efectivar a sua protecção, adequando as intervenções de reabilitação, conservação e restauro aos mais criteriosos níveis de qualidade e de exigência, consentâneos com as cartas e recomendações internacionais.
Bragança e Zamora querem candidatar os seus centros históricos a Património Mundial da Humanidade.
O presidente da câmara de Bragança, Jorge Nunes, diz que, numa primeira fase, vai ser feito um estudo para perceber a viabilidade do projecto.
“Vamos começar por um estudo de viabilidade”, diz. “Temos uma equipa constituída, com orçamento definido, tendo em vista a avaliação da viabilidade conjunta de candidatura da cidadela de Bragança com o centro histórico de Zamora”, porque “um projecto conjunto teria mais probabilidade de sucesso do que iniciativas isoladas”.
Jorge Nunes confirma que o processo já arrancou e que em Bragança o projecto até está mais adiantada do que em Zamora.
“Bragança já tomou as deliberações necessárias e transferiu para a Fundação Rei Afonso Henriques a responsabilidade institucional. Do lado de Zamora estão a ultimar a constituição da equipa técnica e dos orçamentos.”
No entanto, a Fundação Rei Afonso Henriques assumiu já a coordenação desta candidatura.
Silva Penada, o presidente da Fundação, revela que o convite partiu das duas autarquias.
“A proposta não é da Fundação, é das câmaras, mas estas entenderam que podíamos ter um papel acrescido na candidatura. E é uma das formas para a Fundação contribuir para reforçar os dois lados da fronteira.”
E Silva Peneda diz que o turismo é o sector que mais terá a ganhar se esta candidatura da Património Mundial da Humanidade for aprovada.
“Faz todo o sentido, mesmo em termos de turismo. Com duas cidades com a designação de Património Mundial vai obrigar as pessoas que vão a Espanha vir também a Portugal. E é uma forma de trazer gente para a região e promover não só o património mas a região do ponto de vista económico”, diz.
O estudo deve ter a duração de um ano e vai custar 50 mil euros aos cofres das autarquias.
Na noite de sexta-feira no Coliseu Cidade de Elvas assistiu-se a solidariedade ou a sacrifício?
No âmbito da criação do Sector de Fotografia da Sociedade de Instrução e Recreio de Elvas e com apoio do blogue Fotógrafos de Elvas vai realizar-se a 1ª Exposição fotográfica que marcará assim o princípio de uma série de iniciativas previstas para a promoção e desenvolvimento de uma forma de arte que ultimamente tem atraído bastantes interessados. Como é do conhecimento de todos esta modalidade tem muitos seguidores no nosso Concelho e além de acreditarmos ser do interesse de todos esperamos uma participação entusiasmada.
Esta iniciativa, está aberta “a todos” os fotógrafos, sejam ou não associados, nascidos ou residentes no concelho de Elvas, amadores ou profissionais.
Visto que o evento mais próximo é o 1º de Maio que festeja o dia do Trabalhador foi sugerido que esta exposição fotográfica ficasse ligada e esta comemoração enaltecendo as actividades profissionais, sendo por tal "Ofícios" o tema escolhido.
Badajoz, Patrimonio de la Humanidad. El título suena bien, pero conseguir este reconocimiento no es fácil. La semana pasada, el Ayuntamiento anunció que se unirá a Elvas y otras localidades de la frontera para presentar su candidatura ante la UNESCO como red de ciudades abaluartadas de la raya. Cuando surgió la noticia, muchos pacenses reaccionaron con optimismo, mientras que otros consideran descabellado optar a este importante título. Pero, ¿la capital pacense tiene posibilidades?