Os coveiros do cemitério de Elvas vão ser os primeiros do País a receberem formação profissional, com recurso a aulas práticas e teóricas. O projecto inscreve-se nas várias valências disponibilizadas pelo futuro complexo funerário da cidade, cujas obras já arrancaram, e tem uma abrangência nacional com a criação da Escola de Operadores Cemiteriais, que disponibiliza ainda um curso de especialização em cremações. O objectivo da Servilusa - empresa a quem foi concessionada a gestão do complexo funerário elvense, o primeiro do País - é acabar com as "posturas erradas" dos coveiros, como falarem ao telemóvel, fumarem ou não estarem devidamente fardados por ocasião do funeral.
"Vamos implementar um serviço mais humanista", justifica Paulo Carreira, representante da Servilusa, sendo que a formação tem uma duração prevista de três semanas para quem vai fazer funerais e de um mês para quem pretenda tirar a especialização em cremações. "Uma carência em Portugal", diz, numa altura em que cada vez que um forno crematório avaria no País - há apenas cinco - é preciso recorrer a técnicos estrangeiros para procederem à sua manutenção, o que chega a demorar uma semana. Em ambos os casos as simulações vão juntar-se à parte teórica, com cortejos pelo cemitério de Elvas e cremações, tendo os cursos capacidade para receber até 20 pessoas. Paulo Carreira avança que irá ser realizado um convénio com a Associação Portuguesa dos Profissionais do Sector Funerário para serem também ministrados cursos de agente funerário para todo o País. A escola é uma das inovações do complexo, que vai estar pronto no final do ano, após um investimento de 1,6 milhões de euros. Numa área de 1500 metros quadrados, sediada num terreno anexo ao cemitério, o edifício vai dispor de quatro salas de velação independentes, posto médico, área comercial com florista, marmorista e artigos religiosos, tendo ainda serviço gratuito de bar, além da capela, forno crematório, câmara frigorífica e pátio de cinzas.
in Diário de Noticias, 18 de Agosto'07
3 comentários:
Escola de coveiros?! Não está mal pensado não senhor. Um antigo coveiro, cá do burgo, perguntaria se ainda fosse vivo: Mas já algum ficou com os pés de fora?
... é preferível que seja uma uma empresa privada como a servilusa a fazer umas formaçõezinhas que nada...
...a nossa raiva devia dirigir-se contra portalegre, que à custa de elvas beneficiou das coisas que o estado central lhes deu...
...deu a portalegre e a elvas negou. escola de enfermagem, superior de educação, politécnico e serviços do estado, que fizeram portalegre artificialmente crescer à custa de elvas...
É dito que com a privatização do cemitério este vai estar mais bem cuidado, blá blá blá blá blá, etc.. Pergunto: Então o cemitério não é municipal e não era obrigação da Câmara tê-lo bem arranjado? Quanto nos vais custar esta privatização? Publiquem os preços que agora se praticam, para sabermos se há aumentos, quais e quantos. E quem não quiser esses “americanizados” serviços, tem liberdade de escolha? É triste, tiram-nos a “Vida” (Maternidade), levam-nos o que movia a cidade (os militares e famílias) e em troca temos “Morte sofisticada”. Que tempos estes…
Ocorreu-me que talvez fosse a pensar que os “espanhóis” queiram morrer em Elvas, já que os portugueses agora nascem em Espanha… Lembram-se que o actual 1º ministro, ao tomar posse, disse que a sua principal prioridade era “Espanha, Espanha, Espanha”? Bem mandado, aqui e agora, tudo se faz a pensar nos espanhóis, e eles estão-nos a comprar: terras, casas, bancos, etc.. Será que o Saramago vai ter razão? Espero bem que não…
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