edição:Velho Conselheiro Ze de Mello a 23.4.07
Etiquetas:

Elvas acolheu uma importante reunião de especialistas internacionais em Património, no passado 21 de Abril, entre a Câmara Municipal, o ICOMOS (Conselho Internacional de Monumentos e Sítios) de Portugal e o ICOMOS de Espanha, com a presença da senhora Directora Regional do IPPAR.
Estiveram presentes, do lado de Portugal:
José Rondão Almeida, Presidente da Câmara Municipal de Elvas; drª Elsa Grilo, Vereadora deste Pelouro; drª Filomena Barata, Delegada Regional do Alentejo do Instituto Português do Património Arqueológico; prof. arqtº José Aguiar, Presidente do ICOMOS de Portugal; arqtª Maria Fernandes, membro do ICOMOS de Portugal; dr. Rafael Alfenim, membro do ICOMOS de Portugal; e os membros da Comissão Técnica-Científica da Candidatura das Fortificações de Elvas a Património Mundial prof. Domingos Bucho, prof. António Ventura e arqtº Luís Portugal.

Do lado de Espanha, estiveram entre nós:
drª Maria Rosa Suárez-Inclán, Presidente do ICOMOS de Espanha; prof. António José Campesino, Vice-Presidente do ICOMOS de Espanha; Juan António Rodríguez-Villasante Prieto, Director do Centro Internacional de Estudos sobre Fortificações e Apoio Logístico, Vogal da Direcção do ICOMOS de Espanha e membro do ICOFORT (Comité Científico Internacional do ICOMOS para as Fortificações e Património Militar); drª Ângela Rojas Ávalos, Presidente do ICOMOS de Cuba e membro do Comité Executivo Internacional do ICOMOS.
Reflexões e conclusões
Da parte da manhã, foi feita uma visita aos monumentos de Elvas, com incidência especial no Aqueduto da Amoreira, Muralhas Seiscentistas e Fortes da Graça e de Santa Luzia. Após o almoço, decorreu, no salão nobre da Câmara Municipal de Elvas, uma sessão de trabalho, da qual saíram as reflexões e conclusões seguintes:
  • foi constatado que a UNESCO privilegia as candidaturas transnacionais;
  • concluído que é mais vantajoso e lógico, do ponto de vista técnico e científico, apresentar uma candidatura em série das fortificações abaluartadas fronteiriças entre Portugal e Espanha;
  • concluído que Elvas, pela dimensão do seu conjunto fortificado, pelo estado avançado do seu processo de candidatura e pelas condições que reúne, lidere essa série;
  • foi acordado que Elvas contacte outras Câmaras Municipais e Ayuntamientos com vista ao estabelecimento de uma declaração de compromisso para que outras fortificações abaluartadas da raia ibérica venham a integrar a série;
  • considerado que Elvas deve avançar com o seu trabalho de conclusão do dossier de candidatura das fortificações abaluartadas a património mundial, adaptando-o a esta tipologia.

Estas conclusões serão comunicadas às entidades competentes para decidir nesta matéria em Portugal e Espanha (Comissão Nacional da UNESCO e Dirección General de Protección de Património, respectivamente).

O que antes separou hoje une!
Portugal e Espanha têm uma das fronteiras mais antigas e mais estáveis da Europa. As fortificações mútuas marcam um mesmo território: o que antes separou hoje une! Nesta linha de fronteira desenham-se várias fases de ocupação. A zona raiana tem uma unidade transfronteiriça que pode constituir o motor de uma primeira candidatura de um Património ou “bem” seriado.
Elvas, por estar situada entre o Alentejo e a Estremadura e por ser o ponto de passagem mais importante desta fronteira, a mais antiga da Europa, como o comprovam os abundantes testemunhos de viajantes estrangeiros; Elvas, por ser a mais significativa e representativa, irá abrir o caminho desta convergência ibérica que se espalhou por todo o mundo (por exemplo: América Central e América do Sul) e que poderá, no futuro, desenhar um território cultural de dimensão universal.

In: Palácio Digital (link)

0 comentários:

Search