Éditos antigos que continuam bem actuais:
05 de Dezembro de 2005
ZONA SUL
O tempo não me ajuda a sair fora de portas, mas depois de uma semana fechado dentro de museus, resolvi aproveitar o fim de semana e descer até aos novos bairros perifericos na zona sul.
Para um velho conselheiro e ex-ministro do reino que, segundo alguns, foi o pioneiro do planeamento urbano em Portugal, com obra que ainda hoje é exaltada, fiquei deveras surpreendido com a explosão de novas urbanizações que crescem nesta latitude da cidade: Urbanização da Quinta do Bispo, Urbanização do Parque da Piedade, Urbanização do Morgadinho, Urbanização da Carvalha.
Uma palavra especial para a Quinta do Bispo, lar de António Sardinha, que após estudos do IPPAR, obrigou à preservação da Casa Principal e de parte dos Jardins da Quinta, que segundo penso serão de dominio público (?). Se assim for parece-me o local ideal para aí localizar um equipamento cultural para esta zona sul, que se encontra em expansão, e assim dotar a maior freguesia urbana de um equipamento cultural fora de portas!
Também a nova urbanização a sul do Santuário da Piedade me pareceu limitar o espaço de expansão do Parque da Confraria, impossiblitando assim num futuro o aumento do terreno para a Romaria de S. Mateus, mas obviamente percebo as questões monetárias que levaram a mesma a vender aqueles olivais.
Mas o que mais me preocupa nesta nova centralidade é a falta ou fraca preocupação pelas vias de circulação e acessiblidades, veja-se o caos que se torna a Avenida Sanches Manuel, Rotunda do Bombeiro ou Avenida António Sardinha por volta das 9 horas!
Que solução? Estará pensado no plano de expansão uma circular sul a estas urbanizações? A construção é necessária mas as acessibilidades são essenciais! Não quero ser um velho do Restelo, mas preocupa-me e assusta-me o futuro congestionamento de vias já hoje saturadas.
2 comentários:
Questões muito pertinentes levantadas pelo nosso Zé de Melo. Embora pudessemos falar de vários assuntos relacionados com esta temática, gostaria de centrar a minha atenção, pela tristeza que se sinto, na nova área de expansão em torno da Piedade.
Sinto uma verdadeira mágoa e tristeza pelo atentado que está a ser feito em torno do santuário.
A Piedade e o santuário constitui uma imagem bucólica do imaginário Elvense.
O ambiente de romantismo (tão em voga no século XIX) criado pelo nossos antepassados, de árvores frondodas, fontes e espaços de água, jardim e passeio público, reproduzia muito do ambiente natural tão carcateristico de outros espaços em Portugal como Sintra, Leiria, Quinta das Lágrimas em Coimbra ou o Bussaco.
Quem responsável pelo urbanismo em Elvas, com uma falta marcante de sensibilidade permitiu a destruição de um espaço publico de inegualável valor histórico, paisagistico, público e social.
Como foram capazes....
Tirar uma fotografia do santuária será para sempre interceptada por áreas urbanas de descutível valor, constituindo um verdadeiro atentado para o Elvenses e sua memória.
Como foram capazes...
A ãnsia de empreiteiros, alimentada por um poder local inculto, pouco sensivel à valoriazação histórica e patrimonial da nossa cidade e dos seus espaços são os principais responsáveis por este veemente atentado.
COMO FORAM CAPAZES
Concordo com o conselheiro Baluarte, também me desgosta que a zona envolvente ao Parque da Piedade já não seja aquele lugar de paz que muitas vezes procurávamos quando por diversas razões queríamos um pouco de paz interior e exterior.
Como foram capazes não sei mas que foram...lá isso foram.
Ouviram-se vozes discordantes? Que eu me tivesse apercebido não. Quem cala consente! Os Elvenses consentiram...e agora não há nada a fazer.
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