edição:Velho Conselheiro Ze de Mello a 16.5.06
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Finalmente um debate que soube debater e esclarecer o tema do encerramento das maternidades. Ontem à noite a RTP1 colocou o dedo na ferida e no meu ponto de vista soube, com a clareza possível, esclarecer as populações.

Muito se tem escrito em blogues, e nalguns com pouca transparência, o problema do encerramento da Maternidade de Elvas, apontando sempre no sentido do cariz nacionalista da questão, quando no essencial o que importa saber é se as mães e os novos Elvenses nascem em condições de segurança.

Após o debate parece-me que:

    1. A pouca natalidade verificada em Elvas (aprox. 260 partos/ano) não é suficiente para que os técnicos de saúde da Maternidade Mariana Martins tenham a experiência necessária para acudir a casos fora do normal, casos esses que são a causa de mal formações e putatíveis deficiências que as crianças possam vir a sofrer;
    2. As condições técnicas e físicas que tais casos necessitam não se de modo algum observadas na maternidade elvense;
    3. O facto de os futuros filhos de Elvas virem a nascer fora de Elvas não os faz serem Elvenses de segunda, pois todos aqueles que adoptamos a cidade ou que desde longe a continuam a "amar" ou mesmo aqueles que nunca aqui vivendo a têm em consideração e estima são na essência Elvenses de Coração;
    4. O ponto fulcral deste encerramento centra-se na procura do melhor serviço e atenção na hora do parto, altura em que um segundo pode transformar um nascimento num momento de angústia, e se tal é evitável parece-me que todos os Elvenses gostariamos que nenhum filho nosso sofra, muito menos no acto do nascer;
    5. O factor económico é também ele importante nos dias que passamos, pelo que este encerramento terá que ser colmatado com novas falências para o Hospital de Sta. Luzia de modo a que num futuro este não siga o mau exemplo da Maternidade que por falta de atenção dos seus responsáveis e dos dignatários políticos da cidade (TODOS e de TODAS AS CORES) deixaram, com conhecimento dos vários estudos técnicos, que as condições sanitárias não fossem sendo melhoradas na nossa Maternidade.

Como rodapé deixem dizer que no auge do seu discurso inflamado, o Regedor, não soube dirigir-se ao Ministro da Nação colocando-lhe com clareza a questão sobre o Acordo entre o Governo da Nação e a Fundação Mariana Martins. Não é com gritos e arrebatamentos que se fala e se esclarecem dúvidas. Perdeu a oportunidade de com perceptilidade perguntar: Sr. Ministro, é o Estado pessoa de bem e vai manter o acordo firmado com a Fundação?

Meus caros co-Conselheiros, sempre defendi que os Elvenses deveriam nascer em Elvas com qualidade. Não se verificando tal condição exijo ao Movimento Pró-Maternidade, ao Regedor e a todos os cidadãos que reclamem que o nosso concelho seja dotado de meios de transporte para as grávidas se deslocarem à Maternidade que escolherem, com condições técnicas e humanas que tornem o momento do parto o mais cómodo e seguro para a Mãe Elvense e seu filho.

TODOS SOMOS ELVAS!

16 comentários:

Celia disse...

Caro zé de mello já há muito que passava por este cantinho porque como elvense de coração ando sempre à procura de noticias sobre elvas para estar a par do que se passa por aí. chego a estar melhor informada do que alguns elvenses residentes. E este espaço tem dado o seu grande contributo.
Desde já o meu muito obrigado .

Anónimo disse...

Será que Elvas vai ser novamente infestada com mais uma sessão de esclarecimento, sobre uma possivel concessão de uma empresa de transportes de nascimentos.

Anónimo disse...

BRILHANTE ! ! ! !
E foi preciso esta peixeirada estes dias todos para se chegar à conclusão que há muito se conhecia.
Só não se percebe porque não se pedem responsabilidades a quem permitiu que aquilo funcionasse com médicos " virtuais " a maior parte do tempo só para dizerem que a assistencia estava garantida.
Pois o regedor perdeu os papeis todos aliás já os perdeu neste caso há muito pois tem andado a dar uma na burra e outra no cigano conforme lhe sopram os ventos.

Anónimo disse...

Alguém me sabe esclarecer?
Porque é que o sr regedor em lugar de pedir esclarecimentos ao sr ministro, se atirou -como gato a bofe- ao sr deputado? Cá por mim só para tirar dividendos políticos -ao contrário do que qiz insinuar.-
Como já em outra ocasião alguém escreveu, eu repito "ontem esteve muito mal sr regedor".

Anónimo disse...

Pela primeira vez estou de acordo com o Zé de Mello. Acabou de manifestar um grande espírito democrático ao dar o braço a torcer. Não estava à espera e dou-lhe os meus parabéns!

Dina disse...

Que pena...não soube deste debate e por isso não vi.

Anónimo disse...

Comentário ao que se viu na televisão, sem mais conclusões políticas por trás disto.

O Sr. Rondão não esteve bem.

Porque não está habituado a estes "3 minutos de fama".
É preciso ter experiência para falar na TV e ele não tem traquejo para estes palcos.
Têm que se ter frases feitas, concisas directas. Lembrem-se do Guterres e do Portas, maestros nestas coisas da TV (Sócrates é pior e tem uma dicção de sopinha de massa que não ajuda nada).
Gritar como ele faz no Cine-Teatro ou na praça da Terrugem, só para dar dois exemplos, fica horrível na TV, apesar de ser muito eficaz em Elvas.

Mas, para além da forma, também esteve mal no conteúdo. Foi atacar o PSD e o deputado daquele partido, mais o líder dos laranjas, esquecendo que também há responsabilidades do seu partido.

A questão não é só da comissão técnica. Aliás esta comissão saiu mal na foto, entre outras gafes, então o senhor doutor presidente da dita, não diz que em Barcelos houve muitos bebes transferidos pelo INEM de urgência para outros hospitais de referência?
Quando tentou rebater a médica de Barcelos que dizia que eram apenas 11 bebes num ano, ele não chegou ao número e como não conseguiu, pediu ajuda, tendo no fim dito “Bom na região norte foram 380, com certeza que haverá aqui neste número, muitos de Barcelos”. Enfim uma pérola.
Sem rigor estão a gozar com as pessoas.

Elvas tem três problemas:
1-A Fundação deu o terreno da antiga maternidade e zona circundante para o Estado fazer um novo Hospital (fechando-se o da Rua da Cadeia), abrindo uma nova Maternidade anexa ao Hospital. O Estado segundo se sabe está obrigado a manter a maternidade a funcionar. E isto que dizer com as devidas condições.
2-O Governo negociou com os espanhóis para as mulheres de Elvas irem a Badajoz ter os filhos. O Hospital de Badajoz pode e até deve ser bom, mas os espanhóis fariam isso com Portugal? Nunca! Os franceses fariam isso com os espanhóis? Nunca e muito menos os espanhóis com os franceses. Isto para Portugal é humilhante.
Além de que as mulheres portuguesas vão ser tratadas como estrangeiras que de facto serão(por enquanto é especular apenas quanto a um possível tratamento secundário, vamos ver na prática), vai haver problemas de comunicação (por muito que os elvenses tenham mania que falam castelhano há sempre muitas palavras que desconhecem, até porque o conhecimento não é de escola, mas sim de ver a TV espanhola).
E se as coisas correrem mal, como infelizmente vai acabar por acontecer um dia. A responsabilidade é de quem? O Estado apoiará os seus cidadãos no estrangeiro? Se apoiar como no passado e como apoia actualmente os emigrantes estaremos mal (também é por enquanto especulação).
3-Portugal, anunciou o Governo várias vezes, vai poupar 38% com a transferência para Badajoz. Essa conta já foi feita e até já a vi aqui neste blog, tal como em outros sites da internet, são 57 mil contos. Até pode ser muito maior a poupança se houver outros cortes nos custos, acreditamos todos. Agora, num orçamento da saúde, salvo erro que disse o ministro de 8 milhares de milhões de euros é uma gota de água. Não vale a humilhação. Senhor ministro e senhores do Governo tenham vergonha e orgulho do nosso País. Estamos mal e mais não sei o quê, mas também não precisamos de ser uns pelintras.
Além de que os bebes vão ter que ser registados em Badajoz e só algum tempo depois em Elvas, mas é uma questão que não vi esclarecida. Também poderão ser considerados cidadãos espanhóis?


Vamos só dar um salto à demagogia: Se temos um problema orçamental grave, porque vamos fazer um aeroporto novo na Ota? Combinamos com os espanhóis que eles aumentam um pouco o aeroporto de Badajoz (Talavera para ser mais correcto) e poupamos uma pipa de massa. De Badajoz para Lisboa? De autocarro expresso, são só duas horas de auto-estrada. Afinal de contas, com trânsito da Ota a Lisboa se calhar vão demorar uma hora, logo quem faz uma hora faz duas e o País não se endivida mais. De caminho, esquecemos o TGV porque duas horitas de expresso passam a fugir.
Solução aeroporto de Badajoz, já.
Se isto parece ridículo, porque não parece ridículo cidadãs portugueses terem que ir a um País estrangeiro parir?


Parece-me que a Fundação vai ter que pedir uma indemnização choruda ao Estado português porque este não vai cumprir o acordo. Não se abordou claramente a providência cautelar de Elvas e o seu fundamento. O ministro diz que acata as decisões dos tribunais. Como se sabe são tardias e mesmo que haja uma decisão favorável, ao tempo a maternidade já estará fechada há anos. Depois mais uma eternidade para a Fundação receber a indemnização do Estado. Entretanto, vamos ter que passar pela vergonha e humilhação que os espanhóis nos vão infligir por termos lá ido pedinchar uns partos.

Isto, o Sr. Rondão na sua acesa intervenção não foi capaz de dizer.
Os presidentes de câmara saem aliás muito mal deste programa, o de Elvas já se disse, o de Barcelos atacou e acusou sem fundamento lobbies daqui e dali e o de Lamego mal piou. De resto nota negativa ainda para o ministro muito evasivo. O problema é orçamental, ponto final. Não foi capaz de assumir isso.
O Dr. Mello e Sousa já não devia ir a estas coisas. O senhor mostrou a sua senilidade, até se pode entender pela idade do senhor, mas Elvas tem gente mais capaz, até para tomar conta da Fundação ou não?

Talvez, Rondão tenha ou esteja a negociar alguma coisa com o PS. Os tais cuidados dos idosos e acamados... Espero que a sua astúcia o guie bem nessa direcção, porque a maternidade está perdida e neste alarido todo só pode tirar vantagem de alguma contrapartida negocial.

Já agora uma nota final. Se a RTP convidou as pessoas de Elvas, Barcelos e Lamego a ir a Lisboa assistir ao programa em directo porque as impediu de participar? De bater palmas ou assobiar? Fátima Campos Ferreira disse mesmo a certa altura da emissão “aqui neste programa sou como o Presidente da Assembleia da República tenho poder para evacuar a sala, se não se calarem!”
Se a produção convidou as pessoas em directo para o programa, não as tinha caladas. Se não quer barulho faça o Prós e Contras num estúdio sem público.

Conclusão: a Maternidade de Elvas (e as outras), pelos critérios que se queira usar, deve fechar.

Mas, há algumas nuances que devem ser postas aqui em cima da mesa, porque há compromissos assumidos e há uma solução que não pode ser levianamente tomada.


Um abraço a todos os elvenses, em especial aos membros como eu de uma "raça em extinção".

Ze de Mello disse...

Porque pretendo que este seja o penultimo édito antes do encerramento da Maternidade deixo aqui duas ou três apontamentos aos comentários feitos:

Sr. Anónino nº 2, o que V. Exa. chama de peixarada é na verdade o exercicio da democracia.

Dou sempre o braço a torcer quando me apercebo que estou errado, Sr. Anónimo nº 4. Fanatismos não são para este Velho Conselheiro.

Sr. Elvense uma boa leitura dos acontecimentos e, como interessa ao este blogue, com a opinião pessoal e o despertar de consciencias.

Mais que tudo sou pelo livre pensamento.

Bem Hajam!

Anónimo disse...

Brilhante. Não sei quem é o elvense que escreveu, mas disse tudo muito bem dito. Não consigo acrescentar uma virgula.
Só tenho pena que estas pessoas estejam no anonimato e se tenham que manter anónimas.
Algum dia isto vai mudar?
Elvas4ever

SA disse...

O Rondão Almeida está a precisar que lhe cortem a gadelha branca de neve. Tem de ir ao Abel.

Anónimo disse...

Não percebo como é que ninguém põe a seguinte questão:
Se amaternidade de Portalegre tem o mesmo número de partos que a de Elvas Porque é qué a de Elvas que fecha e não a de Portalegre?
Eu queria mesmo que alguém desse a resposta.

Anónimo disse...

Ninguém te pode responder a esta questão, porque o pressuposto de que a mesma parte ("se a maternidade de Portalegre tem o mesmo número de partos que a de Elvas...") é falso!!!
Para além do mais, os hospitais são de níveis (classificação oficial do Min. da saúde) diferentes: o de PTG é de nível superior ao de Elvas...

Anónimo disse...

É claro que o Hospital de Portalegre tem deferecia ,pois é Hpspital Destrital,De uma Cidade Destrital,apagada,que é preciso erguer e dar melhor luz, derrubando Elvas e tudo que nele brilhe.Estava a incomodar e é verdade sim que a maternidade tem menos partos que a maternidade de Elvas,mas isso até nem é relevante até podiam funcionar uma sendo as estenão da outra e ser tambem um só serviço já que a unidade de saúde tambem é a mesma.E poderia tambem a pediatria ser assim.
Mas a politica é cega e só vê numeros e é pobre em sentimento.Um dia tambem a maternidade de potalegre não fará sentido,nem a de Évora e vamos todos para a Alfredo da Costa que aí há muita qualidade.(No ultimo ano em portalegrenasceran 400+- ). A equipa de medicos é maior quer em enfermeiras especialistas quer em obestetras .Em Elvas não sei ao certo quantos nasceram,mas não foi muito menos.e a equipa de proficionais é menor,e isso não conta? não é economia que o ministro quer? Mas ele quer mais ,envestir no idoso que dá mais rentabilidade as camas do hospital.Não é por acaso que nalguns gabinetes em lisboa se chame a este Hospital o futuro Terminal da Morte.E para completar o quadro só falta aparecer um referendo para ser aprovado a eutanázia,Forno cremetorio está aí a concurso publico`,é tudo só por dinheiro e bons negocios.
fiquem bem .

Anónimo disse...

E NUNCA MAIS ACABAM OS DISTRITOS!...
E as nossas rádios e jornais o que gostam de falar do Distrito de Portalegre, da capital do distrito... Não verão que o que querem Portalegre e o seu distrito é derrubar Elvas, como muito bem disse o anónimo anterior?!!

Anónimo disse...

aqui escreve-se muito mal, ou é para disfarçar?

Anónimo disse...

É para disfarçar,não vê que se vamos ecrever bem não adianta dermos anónimos.
Escrever bem denuncia.
Aí esta a resposta ou não faz o mesmo??

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