edição:Velho Conselheiro Ze de Mello a 8.9.05

Aproveitei a tarde fresca de ontem e empreendi um passeio pelo perimetro das muralhas seiscentistas, de modo a conhece-las melhor e deste modo poder sobre elas editar alguns comentários.
Convido todos os Conselheiros a repitirem o meu exemplo!
Comecei obviamente pela zona das Portas de S. Vicente, aproveitando para estrear, pelo menos para mim, o novo empedrado colocado sobre a porta interior e claro contemplar desde esse ponto a Obra Coroa, as Torres da 2ª cerca e, permitam-me a consideração, a mais bela panorâmica da cidade vista numa perspectiva ascendente.
Continuando o trajecto palmilhei através do Bairro de S. Roque, passando pela Porta de Badajoz, até chegar às traseiras da Igreja de S. Domingos. Para quem não é cá do burgo fica a informação que nesse troço de muralhas e fossos se encontra aquartelado o Regimento de Infantaria 8.
O troço seguinte, correspondendo à Avenida de S. Domingos, permite-nos perceber a utilidade do Forte de Sta. Luzia, que claramente se avista pelas canhoeiras.
O espaço que se segue, rodeando a Porta Real ou de Olivença, encontra-se ocupado por dois parques de estacionamento, tendo estes locais um agradavel cuidado estectico e higiénico. Gostei das WC aí instaladas.
Sai então por esta Porta a aproveitar agora percorrer um pouco pelo caminho exterior, percorrendo um caminho lamacento e esquecido ligando esta zona ao Viaduto das Portas de Évora. Fica aqui redigido a chamada de atenção ao Regedor para um aproveitamento deste troço como percurso turístico, bastando para isso deslocar para lá uma frente de obra que permita o calcetamento, colocação de mobiliário urbano e já agora alguma informação sobre guaritas, portas e postigos e ganhamos mais um ponto na tabela de qualidade urbana e uma mais valia para os forasteiros.
Já agora exorto-o a terminar este tipo de intervenção concluindo o troço superior, isto é, Viaduto Portas da Esquina, quer pelo caminho exterior quer sobre a cisterna (neste caso faltam apenas alguns metros de calcetamento) permitindo assim usufruir do miradouro colocado junto à Capela de N. Sra. da Conceição, espaço de eleição para quem deseja fotografar o Aqueduto na sua passagem pelo Vale de S. Francisco.
Aproveito este local e faço aqui uma pausa entre um cheiro de rapé.
Restabelecidas as forças recomeço passando pelo Trem e deparo-me com mais um troço de fosso aproveitado para parque de estacionamento, dou por mim a pensar quantos automóveis tem cada elvense!
O baluarte do Principe encontra-se também bem calcetado, latrinas encerradas por razões compreensiveis e subo até à Parada do Castelo. Espero que quando terminem as obras neste local e ao seu redor volte lá para o redescobrir. Ao lado deste encontro outro miradouro que nos oferece uma vista sobre o Forte de Lippe a norte e sobre o complexo urbano da cidade até ao Forte de Sta. Luzia a sul. Aqui permitam-me também considerar o arranjo deste espaço como mediocre, já para não falar dos edificios encostados a este pano de muralha que num estado de degradação deveriam sofrer alguma intervenção mesmo que se encontrem em espaço militar.
Reencontro a Rua das Beatas e o Arco do Miradouro, incrivelmente amputado da sua porta muçulmana. Passo pelos Quartéis da Corujeira, belo já comentado Cemitério dos Ingleses, belo meu sonho do Jardim dos Nossos Poetas e regresso ao inicio.
Foi um passeio bem agradável na sua maioria, com algum que outro ponto a rectificar, mas que mais uma vez me fizeram ter orgulho naquilo que mais se podem orgulhar os Elvenses, as suas muralhas!
Basta torná-las visitáveis e promove-las, pois ao contrário de igrejas e museus estas são realmente um museu sempre aberto!

1 comentários:

Dina disse...

São passeios que nos alegram a alma!

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