edição:Velho Conselheiro Ze de Mello a 5.3.07
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"A MORTE À VENDA" - É com este título que o editorial de hoje do Diário de Notícias, assinado pelo Editor Executivo do periodico, Miguel Gaspar, faz uma disertação sobre o tema da privatização dos cemitérios, sendo que um dos títulos da 1ª página é " Elvas vai ter o primeiro cemitério privado" ( link).


«Um sidecar para transportar uma urna? Pagar 30 mil euros por um enterro? São dois exemplos da revolução anunciada no "negócio da morte" de que damos conta nesta edição do DN. O cemitério da cidade alentejana de Elvas será o primeiro a contar com a gestão privada da multinacional Servilusa - tirando aliás partido de uma bem portuguesa omissão na lei. O mais relevante nesta transformação da morte em mercadoria é a forma como transforma um dos rituais mais profundos das sociedades humanas.A antropologia ensina-nos a importância da morte na cultura desde o homem primitivo. Aprendemos a encontrar nos monumentos funerários testemunhos duradouros de hábitos e de visões do mundo do passado. Imagina-se portanto o problema que espera os arqueólogos do século XXXIII. Hoje podemos compreender hierarquias sociais ou mitologias estudando uma pirâmide do antigo Egipto. Será que o legado do século XXI à memória das épocas futuras consistirá na redução do momento da passagem a uma frivolidade social, em que nos preocupamos com o catering e a reportagem em vídeo do acontecimento, em vez de prestar homenagem à memória de quem nos deixa? Em sociedades materialistas e consumistas como a nossa, a morte é praticamente o único momento em que retomamos contacto, provisoriamente, com a dimensão vital da experiência humana. A morte não é hoje o mistério que intrigava os primitivos ou que alimentou durante milénios o poder das religiões. A comercialização da morte, em si mesma, não é uma novidade: afinal de contas, sempre existiram agências funerárias. Só que estas nunca deixaram de respeitar o modo tradicional de encarar a morte. Pelo contrário, o novo negócio introduz princípios novos: se o culto do consumo consegue transformar a vida numa experiência banal, em que apenas conta aquilo que se pode comprar, então faz sentido que a morte seja, também ela, banalizada. Tal como os regimes comunistas procuraram eliminar a religião do quotidiano das pessoas, em nome de uma ideologia, as sociedades liberais estão a transformar toda a cultura, não necessariamente em nome de uma ideologia, mas da materialização desta em custos e proveitos. Uma sociedade na qual é possível usar um sidecar para enterrar entes queridos não terá uma relação omissa com o simples acto de estar vivo? »

3 comentários:

Anónimo disse...

Quando uns jornalistas colocam Elvas em 14ª posição entre 50 cidades salvaguardando que, não se tratava de um estudo cientifico,por isso, não se comprometiam com o resultado, foi capa de boletim municipal e apregoado aos quatro ventos, como se isso fosse um grande feito. Agora que jornalistas, põe o dedo na ferida e dizem coisas que não agrada ao regedor, já são escribas sem categoria e diz o anti; "esta gente não é jornalista" e "escrevem umas coisas para ganharem uns dinheiros" "o jornalista não tem qualidade"e alega ainda o anti que os jornalistas do diario de noticias "fala de má fé" o regedor pela boca do seu mais proeminente sacristão diz-se perseguido pela má fé, dos jornalistas da capital.
Isto faz-me lembrar uma novela brasileira em que um personagem era o perfeito(P CAMARA) ODORICO PARAGUACÚ cuja promessa eleitoral foi um cemitério novo e lá como cá "prometemos fazemos" e com o cemitério já pronto para inaugurar precisava de um defunto só que não morria ninguem chegou a ser contratado um jagunço o Zeca Diabo para matar alguem (cá só ameaçam partir o fucinho ao deputado municipal Portas)mas, com o desenrolar da novela quem no final inaugurou o cemitério foi o próprio perfeito.
Era uma novela qualquer semelhança com a realidade é pura especulação.

Anónimo disse...

É fantástico com o Sr ou Sra anti reacção falam do que nem imaginam o que é...
Santo Deus!
Vamos ter cuidado, há muitas pessoas que veêm ler estas coisas e acreditam. Por favor falem só do que sabem.
O Sr/Sra, pelo que escreveu, nem inteligiu que a estatística hoje é uma ciência.
Também o instituto da privatização está previsto na lei com todas as nuances próprias.
Vamos falar só do que sabemos. Não inventem.
Ás vezes parece que sabemos porque lemos um artigo assinado por um nome sonante. Provavelmente nem o percebemos!
Sejamos honestos, no mínimo, intlectualmente.

Anónimo disse...

Ia responder mas não vale a pena o anónimo de 7/03 23.49 disse tudo e só repito seja honesto,no minimo.
Acrescento só, que não sou contra o presidente da autarquia sou contra, alguma das politicas que no meu ponto de vista em nada beneficiam o concelho, contra o populismo e a demagogia, e como é o seu caso, os engraxadores.
Eu no comentário não defendi o Tiago, estou é contra a sua modo demagógico de ver os problemas, que é contraditórios e de elogio fácil e demagogo ao poder.È ao que você escreve que eu respondo, não tem que ver com as politicas, entendeu?!

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