edição:Velho Conselheiro Ze de Mello a 30.8.05
Etiquetas:


Já me apercebi que a linha que traçam o Rio Caia e o Guadiana a leste do concelho deixou de ser uma fronteira fisica para ser nos dias de hoje uma linha que separa duas cidades muito diferentes.
Já tive a curiosidade de saltar até além Caia mas ainda não o concretizei. Falam-me maravilhas da civilização europeia que começa nas margem esquerda do rio.
Mas o que vos trago hoje foi um estudo que me chegou e que preconiza para Elvas um futuro de unidade territorial, espero que só!, a Badajoz. Realizado por um docente da Universidade da Extremadura, este apresenta como uma hipotese de futuro a criação da Área Metropolitana Trasfronteiriça que integraria Badajoz - Capital, Montijo, Talavera la Real, La Albuera, Valverde del Leganes e em território luso Elvas, Campo Maior e Olivença.
Utópia, ultraje ou concretizável?

9 comentários:

Dina disse...

Concretizável...talvez e inclusivé e quanto a mim, desejável para salvarmos o que ainda resta de comércio e de vida nesta cidade.
Já somos vários os elvenses que vivemos em Badajoz, e não é por sermos antipatrióticos, antes por ser mais fácil ter qualidade de vida.

Ze de Mello disse...

Quer dizer que a Conselheira Xanu já se rendeu aos encantos da civilização!?
Basta rumarmos para alem Caia ou é necessario fazer algo para não sermos o 2º S. Roque de Badajoz?

Dina disse...

É preciso fazer muito...e não me parece que os senhores que têm esse poder o façam. Eu rendi-me aos preços mais baixos no que a habitação diz respeito, mas a esses junto o preço dos bens de 1ª necessidade e o preço da gasolina. Já sei que isto para o amigo Zé de Mello pode parecer estranho, na sua altura não existia esse precioso liquído que faz andar quase todo o mundo...(ainda há os que têm carros puxados por mulas/cavalos, mas vão sendo cada vez mais raros...)mas já que "voltou" é bom que se vá habituando a comparar preços e a fazer contas...ou depressa vai ter que "hibernar" de novo!!

Ze de Mello disse...

Terei que ir em breve até esse lado!

João Pedro Ceia disse...

Onde arranjou esse mapa de Badajoz?
Também arranja um desse genero mas de Elvas?

Ze de Mello disse...

Caro Conselheiro Ceia estou ciente que um dia o Palácio do Regedor porá à disposição dos elvenses este tipo de informação no seu sitio da internet até lá teremos que passar pelo cravo dos funcionários publicos para obter qualquer informação e pela inquisição dos pequenos poderes para obter qualquer documento público que entendamos pertinente

Anónimo disse...

Elvasjoz? Badelvas?
Badajoz ja chegou ao Caia, Elvas está a fazer uma area industrial perto de elhe. O comboio de alta velocidade Madrid Lisboa haverá de ter uma estaçao nessa area.
O futuro chega, e nos devemos ser o motor que empurre nossas regioes ao um maior desenvolvimento.

E quando a UNESCO faça Elvas Patrimonio da Humanidade... lindo futuro.

Abraços.

(Parabens pelo blog)

Carlos Luna disse...

JORNAL "REGISTO"(distribuição gratuita por todo o Alentejo), 23-Fevereiro-2009(artigo com
uma segunda parte bastante boa, e profunda)
JORNADAS CULTURAIS REUNEM LINGUISTAS E HISTORIADORES DE PORTUGAL E ESPANHA
OLIVENÇA DEBATE IMPORTÂNCIA CULTURAL DA LÍNGUA PORTUGUESA
(artigo não assinado; gravura com a parte final da Carreira, o "Terreiro do Chão
Salgado", destacando-se a calçada portuguesa)
No próximo Sábado, 28 de Fevereiro (de 2009) celebrar-se-á, no Convento de São João de
Deus, em Olivença, uma Jornada sobre o Português Oliventino, organizada pela Associação
cultural Além Guadiana e com a colaboração do Gabinete de Iniciativas Transfronteiriças,
da Junta da Extremadura, da Deputação de Badajoz e da Câmara Municipal de Olivença.
Segundo a organização, este evento pretende constituir um foro de informação e debate
em torno à
importância da língua portuguesa, criando assim iniciativas que contribuam
para a sua vitalização.
A Língua Portuguesa fala-se em Olivença desde a Idade Média. Até meados do Século XX,
o uso do Português era majoritário, com uma população que se poderia classificar de
bilingue. Hoje encontra-se num evidente processo de desaparição, reduzida a falantes
situados nas idades superiores aos 65 anos.
Nesta Jornada, linguistas, universidades de Portugal e Espanha e instituições como o
Conselho da Europa e oInstituto Camões estarão prtesentes para falar do valor cultuiral
dos dialectos e das línguas minoritárias na Europa, das características do Português que
se fala em Olivença e das possíveis atuaçõesa para reverter a dinâmica da desaparição de
uma língua que faz parte da identidade cultural oliventina.
Em pouco mais de dois séculos de domínio espanhol quase desapareceu o dialecto luso.
Só os mais idosos é que fazem uso do idioma, mas apenas em ambiente familiar.
O último relatório do Comité de Peritos do Conselho da Europa, que faz um balanço
crítico da aplicação da Carta Europeia das Línguas Minoritárias ou Regionais, aprovada em
1992, recomendou no final de 2008 que os naturais de Olivença devem ter acesso à
aprendizagem da l+ingua lusa. O documento defende "a protecção e promoção do português
oliventino".
Para evitar que a ligação ao dialecto luso se perca, o Conselho da Europa propõe o
desenvolvimento de um modelo de aprendizagem do dialecto português. No entanto, e pese
embora as melhorias verificadas no domínio da aprendizagem, constrangimentos de natureza
social e cultural, sobretudo a pressão exercida pelo castelhano, impedem a fluência do
idioma no território que os espanhóis ocupam desde 1801, conforme tem sido denunciado por
vários investigadores portugueses.
A este propósito, Maria de Fátima Matias, docente da Universidade de Aveiro, no seu
trabalho de investigação com o título "A Agonia do Português em Olivença", publicado na
revista de Filologia Românica (2001), conclui que, decorridos pouco mais de 200 anos de
ocupação espanhola, esta contribuiu fortemente para o progressivo "desconhecimento do
suporte escrito da língua portuguesa".
Actualmente, o português oliventino está "linguistica e socialmente desprestigiado"
por estar "ausente da instituição escolar, da administração pública, da igreja e dos
media". Rapidamente foi identificado com a "ruralidade e o analfabetismo, como se fosse o
eco do passado", considerado um "chaporrêo", uma "forma corrupta de falar, uma linguagem
desajeitada", realça Fátima Matias, frisando que a rejeição do português atingiu "maior
veemência no sexo feminino", em sintonia com estudos similares que apresentam as mulheres
na liderança da adesão à língua oficial. Também o linguista Manuel Jesus Sanchez
Fernandez, no seu trabalho "Português de Espanha; exemplo: o de Olivença", editado em
2004, reconhece que o idioma luso "está em risco".
A este propósito, a Carta Europeia considera que a utilização de uma língua regional
ou minoritária na vida privada e pública "constitui um direito imprescindível, em
conformidade com os princípios contidos no Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e
Políticos das Nações Unidas, e de acordo com o espírito da Convenção para a Protecção dos
Direitos do Homem e das Liberdades".

Carlos Luna disse...

O PORTUGUÊS NÃO MORREU EM OLIVENÇA
(homenagem à jornada de 28-Fevereiro-2009 da língua portuguesa em Olivença)

Há setecentos anos, em Português,
nasceste como vila alentejana.
O teu castelo se fez com rapidez
e cresceste pujante e raiana.

Olivença, o nobre e o camponês,
no palácio ou na choupana,
falavam com toda a altivez
a sua linguagem lusitana!

A História colocou-te, dividida,
entre dois mundos em disputa.
Tua velha voz foi enfraquecida.

Mas a tu´alma sobreviveu à luta!
E de novo, porque nunca vencida,
é a língua de Camões que se escuta!

Estremoz, 25-Fevereiro-2009
Carlos Eduardo da Cruz Luna



VIVA O PORTUGUÊS DE OLIVENÇA!!!

Lusa língua que em ti se fala
como fruto da tua memória;
não se deixe que haja quem a cala
e defenda ser tal uma vitória!!

Em Olivença há quem faça gala
em odiar a voz da História,
e tente sepultá-la numa vala
como morta sem honra ou glória!!

A tua velha fala portuguesa
com o seu alentejano acento
revela música e beleza...

Não esqueças que todo o sentimento
p´ra ser profundo e ter grandeza
busca sempre nos avós alento!

Carlos Eduardo da Cruz Luna
Estremoz, 25 de Fevereiro de 2009

Search