O S. Mateus para os Elvenses significa estar em família, significa devoção, regresso a casa, encontro com os tempos vividos mas também um olhar para o futuro.
Nos últimos 25 anos a feira e arraial que se vive em redor do Santuário do S.J.Piedade tem sofrido transformações que mais não são que o reflexo da vida contemporânea. Uma vida que faz com que os "camponeses" regressem a Campo Maior depois dos Pendões ou ao fim de um serão de feira. Ir até ao Parque da Piedade era sempre uma pequena aventura e um dia especial. Hoje, mesmo desde as aldeias do concelho, em 15 a 20 minutos faz-se o percurso desde a casa de família até à Piedade. Olhar para a feira e romaria com uma perspectiva actual fará com que esta tenha mais ou menos pontos de interesse, consoante as expectativas pessoais de cada um.
A Romaria ao Senhor Jesus da Piedade e a Feira de S. Mateus são as Festas da Cidade. Ou tende a sê-lo, pois para além de uma ou outra exposição de carácter cultural, evento desportivo ou espectáculo tauromáquico, as actividades de festejo são inexistentes ou pouco significativas. Tornar o S. Mateus nas Festas da Cidade presupõe que toda a comunidade comungue do sentimento festivo proporcionando-lhes pontos de interesse também fora do recinto da feira.
Também este ano houve o que poderá vir a ser o S. Mateus Jovem. Um conjunto de concertos para a malta jovem, junto ao espaço lúdico e de bares da feira. O futuro do S. Mateus está nesta juventude que temos que "viciar" em estar e partilhar o parque da Piedade como um espaço de encontro. Dotar de atractivos vários o recinto para um público mais jovem é uma das prioridades que devem reger as entidades organizadoras.
Outra das transformações sofridas no último quartel foram as alterações urbanísticas que o recinto tem sido alvo. A construção da parte superior do parque, contigua à Av. de Badajoz, e a mais recente urbanização junto do Santuário transformaram o parque romântico do XIX num espaço que aos poucos se engloba na malha urbana da Cidade.
A falta de visão estratégica para a Cidade fez com que o parque da Piedade, e o seu entorno, fossem preteridos como localização excepcional para construção do espaço expositivo do Concelho e o mesmo tenha sido colocado nas Fontainhas, na rotunda da Av. da Europa. Recentemente, nos dois últimos anos, o Regedor tem expressado publicamente o seu desejo de adaptar o parque de feiras da Confraria num espaço moderno e adaptado às exigências dos utilizadores. Recordemos ainda que está prometido pelo executivo municipal a alargamento do Centro de Negócios Transfronteiriços, pois este considera que o espaço se tornou pequeno para alguns dos eventos ali realizados.
O entrelaçado de sinteses que acima postámos, serve para demonstrar que na Cidade de Elvas existem neste momento dois grandes pólos para realização de eventos: o CNT e o Parque da Piedade. Se o primeiro está destinado a albergar mostras e exposições ao longo do ano, já o Parque da Piedade tem como perfil ser o espaço de feiras, quer a quinzenal, a de Maio quer o S. Mateus. Numa óptica de concentração de circuitos urbanos teria sido mais vantajoso para a Cidade que o CNT tivesse sido erguido na zona da Piedade o qual poderia acolher agora a Expo que o Palácio do Regedor organiza dentro do S. Mateus "tradicional".
A pretensão de construir grandes naves que num futuro acolham feiras temáticas e sirvam para a Expo S. Mateus pode ser uma solução para dar uma maior dignidade ao evento, mas não podemos esquecer-nos que a decisão já é tardia e que a mesma deveria ter sido tomada há um par de anos atrás aquando da construção do CNT. A localização ideal dessas naves seria sempre remetida para a faixa de terreno que vai desde o Parque de Campismo até à Av. da Piedade criando assim uma nova zona expositiva que co-existisse com a tradicional feira.
Para terminar esta breve reflexão sobre o S. Mateus e o seu provenir, bem como a solução estratégica para o futuro do S. Mateus / Festas da Cidade e os futuros hipotéticos pavilhões talvés sejam estes também aqueles que num futuro acolham a Feira de Maio, transformada na grande montra das actividades económicas do Concelho num revivalismo da FACIPE.
8 comentários:
É que se quiser o Parque deve comprá-lo porque ao ocupar metade do Parque da Piedade, 35.000 metros quadrados, está a privar a Confraria de metade da receita!
De facto do mal o menos, se as futuras 4 Barracas/Mamarrachos a que Rondão Almeida se refere se colocassem na parte superior do Parque (norte) como sugere o Zé de Mello,(NAVES?) ocupariam 20.000 metros de área coberta, como não seriam contíguas chegariam aos 3,5 hectares de área ocupada total.
Esta área ocuparia toda a parte superior, evitando conspurcar, como quer Rondão Almeida, o conjunto romântico Igreja e Jardim da Fé, Chafariz/Entrada Momumental e Lago/Coreto, bem como a Mata do fim do século XIX.
A metade da parte superior do Parque da Piedade deixaria de gerar receitas para a Confraria, e correr-se-ia o risco de afectar a paisagem do Aqueduto, já tão sacrificada.
Já agora queria deixar uma sugestão a Rondão Almeida:
Por que não compra a parte da Quinta da Espanhola que está à venda e faz a demolição do Chimarrão, a Disneyland-Elvas?
Porque não intervem ao lado do "El Cristo"(leste) ou do outro lado da estrada de lisboa até à quinta das Águias e deixa os outros em paz?
Agora que não restem dúvidas, se Rondão Almeida quiser destruir o Parque Romântico da Piedade com 4 barracões de betão, vão aparecer os arquitectos, e a "intelektualidade" elvense vai aplaudir?
Tendo em conta todas as condicionantes, salvaguardando a história e nunca destruindo o que quer que seja, penso que se deve sim modernizar o São Mateus. Por exemplo o olival ao lado do posto da GNR que está mesmo junto ao parque de campismo pertence à confraria. Não seria esse talvez um bom sitio?
Se me permitem uma pergunta:
Imagino que muitos do que leem isto conhecerao as famosas festas de Sevilla ou Cordoba ou Jaén etc etc, ou nao? Bom se conhecem já terao reparado que a afluencia de gente é muito maior do que o S Mateus!! Pois bem, tratando-se de festas VERDADEIRAMENTE POPULARES, em que recinto se realizam? Existirao neles obras de qq natureza e mais ainda de caracter permanente? NAO. Quer isto dizer que com o recinto do S mateus há que tr cuidado. Admito que todas as partes tenham razao mas nao se extrapole a importancia do evento para planos ou niveis que impliquem obras ciclopicas descaracterizadoras da festa. Eu sei que há muitos energúmenos (tantos quanto aqueles que fizeram e admiram a fachada da camara) que embabdeiram em arco com obras cuja utilidade é relativa no que ao interesse util e pratico têm!Contra tal gente, se a dialétoica funcionar, muiyto bem, se nao.... bom entao há que lamentar que temporariamente, eles façam as suas cagadas cívicas. É que um dia, quando os gostos forem mais refinados e a idade de ouro pender um pouco mais para a responsabilidade cidada em vez das patuscadas e excursoes pagas com o dinheiro de todos nós, nesse dia pode ser entao que a vida seja mais clara posto que as acçoes sao igualmente claras.
Obras megaliticas tao ao gosto dos defensores da Rondolandia é que nao!
Durante muitos anos as pessoas andaram de burro: sempre foi assim até passarem a andar de carro.
Durante muitos anos as pessoas viveram em cavernas: sempre foi assim até passarem a viver em cabanas.
Durante muitos anos as pessoas viveram em cabanas: sempre foi assim até passarem a viver em casas.
Durante muitos anos os Portinholeiros portaram-se mal: sempre foi assim e sempre assim será, até ao dia em que em mais umas eleições o povo vai dizer que está farto dessa mentalidade opositora destrutiva e bafienta e lhes dá mais um resultado eleitoral miserável. Aí podem repetir: SEMPRE FOI ASSIM! E SEMPRE ASSIM SERÁ!
é o fado do portugês (letra pequena e propositada) caro ISSOPE
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